Até Amanhã, Camaradas estreia a 28 de janeiro, na SIC

É a maior produção televisiva de sempre em Portugal e contou com o apoio dos Bombeiros de Pinhal Novo, que garantiram a prevenção contra incêndios às filmagens realizadas no Terrim. A série que adapta o histórico romance de Álvaro Cunhal vai ser transmitida pela SIC, nas noites de sexta-feira e sábado (28 e 29 de janeiro).

Sob a direção de Joaquim Leitão (47 anos, realizador de “Inferno”, “Tentação”, “Adão e Eva”, entre outros filmes), e a poucas semanas do final de uma rodagem que já levava quatro meses, o Terrim foi o cenário ideal para uma cena em que uma criança, inadvertidamente, provoca um incêndio num monte de feno, que se estende a um velho armazém. Não fosse o diabo tecê-las, e o fogo fugir do controle da (vasta) equipa de produção, os bombeiros de Pinhal Novo foram requisitados para estar de prevenção durante a rodagem, que decorreu numa madrugada de abril de 2004.

O aparato da produção era denunciado, ao longe, pela presença no local das filmagens de um balão de fogo que iluminava o plateau, quase dispensando os projetores. Encostada à parede de uma das velhas casas, não faltava uma das protagonistas da história: a bicicleta, o meio de transporte dos militantes na clandestinidade (Portugal, ano de 1944), os protagonistas humanos do romance.

“Até Amanhã, Camaradas” foi publicado em 1974, com a assinatura de Manuel Tiago. Só em 1994 Álvaro Cunhal assumiu a autoria da obra. Agora, será uma série televisiva de seis episódios – mas poderá também dar um filme –, com 50 minutos cada, para a SIC (para já, vai ser transmitida em formato de duas longas metragens, em dias consecutivos), produzida por Tino Navarro e com guião de Luís Filipe Rocha (que contou com a estreita colaboração do autor do livro). Paulo Pires (no papel de Ramos), Gonçalo Waddington (como Vaz), Marco de Almeida (António) e Leonor Seixas (Maria) representam quatro das 136 personagens da série, que conta com 2174 figurantes e 3 milhões de Euros de orçamento.

Em entrevista ao programa “HermanSic” de domingo passado, o produtor lamentou que Álvaro Cunhal não possa ver o resultado deste trabalho, devido ao agravamento do seu estado de saúde. Tino Navarro acabaria, assim, por tornar pública a notícia de que o líder histórico dos comunistas portuguesas perdeu totalmente a visão. O produtor adiantou já ter combinado com Cunhal entregar-lhe, em CD, toda a trilha sonora e diálogos da série.

Fonte: Helena Rodrigues (c/ Visão de 08-04-2004)

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