Os bombeiros conseguiram circunscrever, cerca das 02:30 h de hoje, o incêndio que lavrava em Vale de Barris, Palmela, desde a tarde de terça-feira, anunciou fonte do Serviço Nacional de Bombeiros e Proteção Civil. O incêndio foi combatido por 271 bombeiros de 29 corporações – entre as quais a de Pinhal Novo -, com o apoio de 80 viaturas.
O incêndio que, na terça-feira à tarde, deflagrou em Vale de Barris, Palmela, e que chegou a ameaçar algumas habitações no Parque Natural da Arrábida, estava ainda por circunscrever ao final da noite de ontem. De acordo com fonte do Serviço Nacional de Bombeiros e Proteção Civil, não havia, às 23:30 h, habitações em perigo, contando os bombeiros poder circunscrever o sinistro durante a madrugada, com a ajuda da subida da humidade do ar e da descida das temperaturas, o que veio a verificar-se pelas 2:30 h.
O vento forte foi o principal inimigo dos bombeiros que, de acordo com o coordenador do Centro Distrital de Operações de Socorro de Setúbal, tiveram no local 271 homens de 29 corporações, apoiados por 80 viaturas.
Ao final da tarde de hoje, quarta-feira, os bombeiros mantêm na zona 73 homens, apoiados por 21 veículos e um helicóptero, estando em fase de rescaldo o incêndio na serra de São Luís provocado pela propagação do fogo que, na terça-feira, assolou o Vale de Barris.
Para quinta-feira, os bombeiros esperam condições menos propícias à ocorrência de fogos florestais, dada a previsão meteorológica de descida das temperaturas e possibilidade de precipitação.
Entretanto, a Quercus já veio exigir esclarecimentos sobre a vigilância no Parque Natural da Arrábida e lamentou a perda de cerca de 300 hectares de vegetação devido ao incêndio em Vale de Barris. Em comunicado, a Associação para a Conservação da Natureza defende que é necessário «esclarecer qual a estratégia de vigilância de fogos implementada nesta época de fogos pela direção do Parque», alegando que há menos meios disponíveis e uma estratégia «menos eficaz» do que nos anos anteriores.
Revista de Imprensa
in Jornal de Notícias, 08-07-2004
O JN esteve junto do posto de Comando, a partir das 23.30 horas de anteontem, e assistiu ao esforço dos bombeiros para proteger casas e controlar os vários focos de incêndios ateados por golpes de vento, que soprava de forma instável, o que dificultava o trabalho de quem se encontrava a combater as chamas, que atingiram principalmente áreas no concelho de Palmela, mas também de Setúbal.
Mário Macedo, comandante dos Bombeiros Sapadores de Setúbal, assegurou não ter qualquer dado concreto sobre a origem do incêndio, mas, adiantou, «num dia ventoso, com a humidade baixa, uma simples ponta de cigarro poderá ter sido o suficiente». Uma vez que este incêndio apresentava diversos focos, é difícil, para já, contabilizar a área ardida, pois, adianta Mário Macedo, «dentro do perímetro do incêndio, houve áreas que não arderam».
Já o Serviço Municipal de Proteção Civil de Palmela dá voz a algumas críticas que se foram ouvindo ao longo da noite, nomeadamente no que se refere à falta de acessos e de zonas de corta-fogo. Daí que esteja já marcada uma reunião da Comissão Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios para amanhã [sexta-feira], onde as instituições e organismos envolvidos na proteção da floresta contra incêndios, em particular os que intervêm no planeamento e execução de ações de prevenção e no socorro, irão analisar essa questão.
Entretanto, o JN apurou junto do gabinete da presidente da Câmara de Palmela que, no ano passado, «a autarquia foi objeto de uma contra-ordenação da direção do Parque Natural da Arrábida (PNA) pelo facto de, alegadamente, ter desrespeitado as condições de execução de um corta-fogo». Este tinha sido aprovado no âmbito de um levantamento dos caminhos que necessitam de ser reparados ou reabertos, de modo a garantir um combate eficaz aos incêndios, particularmente na área do PNA, e que foi aprovado pelos próprios responsáveis do parque.
Fonte: Lusa e Jornal da Noite/SIC (telefotos)

