Novo acidente rodoviário confirma «ponto negro» em Pinhal Novo

Um ferido grave e dois feridos ligeiros é o resultado de mais um acidente no cruzamento da Estrada do Montinhoso e do acesso ao Parque Industrial do Vale do Alecrim, junto à antiga «Agaerre». Uma colisão entre dois veículos ligeiros, ocorrida no sábado, vem confirmar aquele como um «ponto negro» na rede rodoviária de Pinhal Novo.

A colisão entre os dois veículos ligeiros teve lugar às primeiras horas da noite de sábado, 6 de novembro. Devido ao forte impacto provocado pela colisão, os bombeiros, que mobilizaram para o local duas Ambulâncias de Cuidados Intensivos e um Veículo de Salvamento e Apoio Tático com material de desencarceramento, viram-se obrigados a proceder à extração controlada dos dois ocupantes de uma das viaturas envolvidas, que se encontrava semi-capotada, com recurso a técnicas de salvamento e desencarceramento.

Ainda no local, o Diretor dos Serviços de Emergência Pré-Hospitalar deste Corpo de Bombeiros – o médico Richard Glied – com a equipa da VMER (Viatura Médica de Emergência e Reanimação) do INEM, de Setúbal, procederam à estabilização das vítimas. Dois dos três feridos foram evacuados para o Hospital de S. Bernardo, em Setúbal, encontrando-se um deles em estado considerado grave.

Este acidente ocorreu precisamente no mesmo local onde, no passado dia 4 de maio, um acidente de contornos semelhantes provocou dois feridos graves, com 19 e 21 anos de idade, sendo um evacuado para o Hospital de S. José, no helicóptero do INEM, e o segundo, por terra, para o Hospital Garcia de Orta, em Almada, onde acabaria por falecer (reler notícia).

Falta de sinalização e a deficiente visibilidade no local, quando acompanhados por excesso de velocidade, podem ser a causa da sinistralidade neste cruzamento, já conhecido pelos bombeiros de Pinhal Novo como um dos principais «pontos negros» da sinistralidade rodoviária na sua área de intervenção.

Fonte: Luís Neto (texto e foto)

A sirene tocou duas vezes

No feriado de 1 de novembro o toque da sirene dos Bombeiros soou duas vezes em Pinhal Novo, cerca das 13.30 h, a anunciar um acidente de viação. O chamamento pela sirene obedece a um código que os bombeiros conhecem bem. E que aqui se desvenda.

Eram 13.30 horas de segunda-feira, 1 de novembro, quando foi dado o alerta para um acidente rodoviário. Num dia feriado, à hora do almoço, o quartel dos Bombeiros Voluntários de Pinhal Novo tem, habitualmente, menor número de operacionais do que nos dias normais da semana. É para estas situações que existe um recurso de emergência: o toque da sirene, como forma de chamar os bombeiros ao quartel.

Foi o que decidiu fazer o Chefe de Serviço António Barradas. Em caso de acidente, manda o código dos Bombeiros que a sirene toque duas vezes. E assim aconteceu. De imediato, o telefone da Central de Comunicações não parou de tocar. Conforme explica Maria Manuela Rodrigues, operadora da central, «muitos bombeiros acudiram ao toque da sirene e telefonaram para saber o que se passava, deslocando-se para o quartel ou diretamente para o local da ocorrência».

E consta que houve trabalho para todos. O acidente ocorreu na Estrada da Palhota, à descida da ponte da Rua Infante D. Henrique. Tratou-se de uma colisão entre dois veículos ligeiros, de que resultaram três feridos sem gravidade – uma criança e duas mulheres –, que foram transportados ao Hospital de Setúbal. Para a ocorrência foram mobilizadas quatro viaturas da corporação: as ambulâncias do INEM e de reserva do INEM, a viatura de salvamento e desencarceramento e uma viatura de transporte de pessoal, para apoio às operações de socorro. Também a GNR de Pinhal Novo esteve presente no local do acidente.

Mais reconhecido por, diariamente, anunciar o meio-dia e, anualmente, a chegada do Ano Novo, o toque da sirene obedece a um código que permite aos operacionais saber o tipo de ocorrência em causa. Assim, saiba você também que: três toques da sirene significam incêndio dentro da área operacional dos Bombeiros Voluntários de Pinhal Novo; para incêndio fora da área, a sirene toca cinco ou mais vezes; um único toque é utilizado para chamar motoristas; e, como aconteceu agora, a sirene toca duas vezes em caso de acidente.

Curiosamente, foi pelo segundo dia consecutivo que a sirene dos Bombeiros tocou “fora de horas”. Já no dia anterior ao feriado, o toque tinha dado que falar em Pinhal Novo por ter soado às 11 horas. E não foi para chamar qualquer motorista. Foi mesmo porque alguém não se deu conta de que a hora tinha atrasado às duas da manhã de Domingo e se esqueceu de acertar o relógio.

Fonte: Helena Rodrigues (sirene fotografada, lá no alto, por Luís Neto)

«Autotanque» precisa-se

A falta de um veículo tanque tático de primeira intervenção no combate a incêndios constitui a maior carência operacional dos Bombeiros de Pinhal Novo. O único veículo tanque de que a corporação dispõe para uma primeira intervenção está há 22 anos ao serviço e já atingiu o seu limite de esforço.

A necessidade está diagnosticada: Pinhal Novo precisa de um veículo tanque de média capacidade com características táticas polivalentes, que permitam acorrer quer a incêndios florestais, quer a incêndios urbanos. A Associação já pediu apoio às entidades oficiais para a sua aquisição.

A eficácia da atuação dos Bombeiros de Pinhal Novo no combate a incêndios está dependente da substituição do atual veículo tanque tático urbano de média capacidade por um veículo tanque tático com maior polivalência. O objetivo é dotar a corporação com uma viatura que – para além de estar equipada com um tanque de cerca de 8000 litros de capacidade – permita o transporte de equipamento fixo e material sapador adequados a uma primeira intervenção no combate a incêndios, tanto urbanos como florestais.

Por outro lado, uma viatura com estas características deverá permitir aos operacionais optar pelo combate ao incêndio utilizando água ou espuma, como agentes extintores, pelo que deve, também, estar equipada com um tanque com capacidade para cerca de 200 litros de espumífero.

Em causa estará um investimento que deve rondar os 125 mil Euros. Nesse sentido, a Associação já apresentou ao Serviço Nacional de Bombeiros e Proteção Civil e à Câmara Municipal de Palmela uma proposta de orçamento para aquisição da viatura. A comparticipação das entidades oficiais num investimento desta envergadura é, naturalmente, uma condição indispensável à manutenção do dispositivo deste Corpo de Bombeiros enquadrado na sua tipificação, nomeadamente para a primeira intervenção na área onde este tem responsabilidades operacionais.

22 anos é muito tempo

O único veículo tanque tático (VTTU 01) dos Bombeiros Voluntários de Pinhal Novo foi construído em 1982 e é constituído por uma cisterna com capacidade para transportar 7500 litros de água, para combate a incêndios ou abastecimento às populações. Ao fim de 22 anos ao serviço da corporação, a viatura está em muito mau estado e já não responde às necessidades de uma primeira intervenção no combate aos incêndios.

O veículo apresenta uma evidente fragilidade mecânica e estrutural, uma corrosão generalizada e não dispõe de suficientes espaços para adaptação de equipamentos de combate.

Os outros dois veículos tanque dos Bombeiros Voluntários de Pinhal Novo são veículos de grande capacidade (33 e 20 mil litros) que, pelas suas características técnicas e operacionais, se adequam ao reabastecimento de veículos tanque tácticos no teatro de operações, de forma a que estes possam abastecer os veículos de combate a incêndios. Adaptam-se ainda a incêndios de grandes dimensões, tais como incêndios industriais, ou a aeronaves, e não a uma primeira intervenção em incêndios rurais ou urbanos.

Fonte: Helena Rodrigues (c/ F. Pestana e L. Neto)

Parabéns, Senhor Adjunto!

Há três anos, numa entrevista a um jornal local, traçava-se de Raul Prazeres o retrato de um garoto reguila que não resistia ao toque da sirene. Ser bombeiro foi um sonho de miúdo. Hoje, o Adjunto de Comando dos Bombeiros Voluntários de Pinhal Novo faz anos. Parabéns, Raul!

«O bichinho de ser bombeiro já andava comigo», contou, numa entrevista ao Jornal do Pinhal Novo em 2001, sobre a sua entrada para os Bombeiros, aos 17 anos, puxado por amigos que também seguiram o mesmo caminho. Raul Prazeres morava na velhinha Rua Júlio Dinis e não resistia à vontade de ajudar os bombeiros quando a sirene tocava. Muitas vezes, montava na bicicleta e ia atrás do carro dos bombeiros.

Raul Prazeres nasceu em 25 de outubro de 1961 e ingressou no Corpo de Bombeiros em 1979. Atualmente, é Adjunto de Comando e um dos “braços direitos” do Comandante Fernando Pestana.

E garante que o toque da sirene de uma ambulância ou de um carro de incêndio continua a despertar nele o desejo de ajudar o próximo. Raul Prazeres diz que o que caracteriza um bombeiro voluntário é o «não ter hora para ser chamado e estar sempre predisposto a colaborar com alguém que precisa».

Parabéns a você!

Fonte: Helena Rodrigues (foto editada por João Torres)