Pinhal Novo foi palco de uma acesa troca de opiniões entre munícipes e o presidente da Câmara Municipal de Palmela, Álvaro Amaro, durante a semana descentralizada. O evento trouxe à tona preocupações com urbanismo, saneamento e a gestão de infraestruturas locais.
A reunião descentralizada em Pinhal Novo, promovida pela Câmara Municipal de Palmela, revelou-se um momento de grande participação cidadã, onde os munícipes expuseram preocupações sobre urbanismo, limpeza de terrenos e a lentidão na execução de projetos estruturais.
Martins de Oliveira, um dos intervenientes, expôs um caso particular relacionado com a alteração do Plano Diretor Municipal (PDM), que afetou um terreno seu. O munícipe alegou ter direitos adquiridos sobre o loteamento, tendo inclusive apresentado um alvará de 1995 e denunciado a destruição de infraestruturas no local. “Danificaram com os pavimentos todos, com o sistema de rega e com as oliveiras que ali estavam há décadas”, afirmou.
Em resposta, Álvaro Amaro garantiu que o caso será analisado, destacando que a limpeza feita no local visou preparar levantamentos topográficos e estudos urbanísticos. “A Câmara tem de cumprir as regras do PDM e garantir que as obras respeitam as normas técnicas”, referiu o presidente, acrescentando que uma reunião será agendada para esclarecer o impasse.
Outro ponto quente da reunião foi a questão do saneamento básico na Quinta da Bela Vista, levantada por Artur Bagueto e Sérgio Rocha. Ambos manifestaram frustração com a demora na aprovação dos projetos de infraestruturas e exigiram respostas concretas. “Há anos que este processo arrasta-se, os engenheiros pedem revisões sucessivas e nada anda para a frente”, criticou Rocha.
Álvaro Amaro reconheceu os atrasos, justificando que o processo envolve várias entidades e protocolos intermunicipais. “Há detalhes técnicos a acertar com a Câmara da Moita e a empresa Simarsul. Mas vamos fazer um ponto de situação e acelerar o processo”, prometeu.
A iluminação pública e a conservação das vias também estiveram em debate, com a Associação de Moradores da Lagoa da Palha a pedir datas concretas para o arranque de obras e reforço da iluminação em várias ruas. Em resposta, foi garantido que alguns projetos já estão em fase de concurso e que os pedidos de iluminação estão em análise.
Outro tema de grande impacto foi a falta de médicos no Centro de Saúde de Pinhal Novo, com a Comissão de Utentes a exigir mais investimentos do governo. “É inaceitável que somente dois médicos tenham sido atribuídos à ULS Arrábida”, lamentou Francisco Arzileiro, reforçando a necessidade de mais recursos para garantir atendimento adequado à população.
Também José Coutinho interveio na reunião, questionando o traçado da Variante Nascente e denunciando a possível expropriação de quatro propriedades da sua família. “Estou farto de ouvir dizer que isto é para o bem do concelho, mas não deixa de ser frustrante ser diretamente afetado por estas decisões”, afirmou. O munícipe pediu esclarecimentos sobre o projeto e alertou para o impacto que estas expropriações poderão ter na comunidade.
Em resposta, Álvaro Amaro explicou que o traçado apresentado continua sujeito a estudos e que não há uma decisão definitiva sobre as expropriações. “Sabemos que este é um tema sensível e que afeta muitas famílias, mas ainda estamos a avaliar a melhor solução possível para minimizar o impacto sobre os proprietários”, garantiu o presidente da Câmara. Acrescentou ainda que o município continuará a dialogar com os afetados e a procurar alternativas viáveis.
A reunião descentralizada permitiu um debate direto entre munícipes e a autarquia, expondo desafios e cobrando soluções. Com vários projetos ainda pendentes e promessas de avanço, fica a expectativa sobre os próximos passos da Câmara Municipal de Palmela.
Fonte: Diário do Distrito, Foto: JFPinhal Novo


