Fertagus reforça comboios, mas passageiros enfrentam lotação insustentável

Apesar do aumento na frequência de comboios, a Fertagus enfrenta críticas devido à redução de carruagens e comboios sobrelotados.

Desde 15 de dezembro, a Fertagus implementou mudanças significativas nas ligações ferroviárias entre Setúbal e Lisboa, com intervalos mais curtos entre comboios: 20 minutos nas viagens de longo percurso e 10 minutos entre Lisboa e Coina durante as horas de ponta. Porém, o que poderia ser uma melhoria para os passageiros tornou-se uma fonte de frustração. A redução do número de carruagens tem deixado milhares de utilizadores sem acesso ao transporte, especialmente nas movimentadas horas de maior tráfego.

Passageiros relatam uma experiência caótica, com comboios lotados e estações como Pragal a tornarem-se pontos críticos de desorganização. Maria Lopes, residente na Margem Sul, descreveu à Antena1: “Mesmo com mais horários, os comboios não conseguem acomodar todos os passageiros. É um caos total”.

A Fertagus admite que estas alterações foram necessárias para lidar com o aumento da procura, que subiu 30% na última ligação Lisboa-Setúbal. No entanto, a sobrelotação resultante expõe uma lacuna nas medidas adotadas. Para mitigar a tensão nas estações, a empresa recorreu ao apoio da PSP, que tem auxiliado na gestão de fluxos de passageiros.

Apesar das explicações, muitos utilizadores expressam insatisfação, pedindo soluções mais robustas. “Aumentar a frequência sem garantir capacidade suficiente é inútil. Precisamos de mais carruagens ou reforços nas infraestruturas”, criticou João Marques, passageiro habitual.

A Fertagus assegurou que recolhe dados para avaliar o impacto das mudanças e considera alternativas para melhorar o serviço. No entanto, para já, milhares de passageiros continuam a enfrentar dificuldades diárias para chegar aos seus destinos.

As promessas de “melhorias para estações como Penalva, Pinhal Novo e Setúbal”, feitas no final de 2024, parecem insuficientes perante o cenário atual. A empresa reforçou a frequência para Coina durante fins de semana e feriados, mas a sobrelotação agravou-se num curto espaço de tempo, deixando o futuro do serviço em aberto.

Fonte: Diário do Distrito, Foto:  Fertagus

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