Estar contra

04 de janeiro, 2023

A esperança é a última a morrer e as bombeiras e bombeiros são os primeiros a pensar assim, pese embora as vicissitudes, experiências e percalços vividos todos os dias. Se assim não fosse muitas portas já teriam fechado e o socorro às populações há muito estaria comprometido.   

O ano 2023 começa com os mesmos problemas, as mesmas angústias, as mesmas necessidades ou, por maioria de razão, até com mais. É isso que nos dizem os especialistas nas previsões frescas para o ano.

As associações, os bombeiros os comandos e os dirigentes, para quem tudo isso não é novidade, contudo, têm uma secreta esperança preconizada e defendida pela Liga dos Bombeiros Portugueses: que os problemas estruturais seja a Saúde, do financiamento, dos apoios, identificados e mais que discutidos, deixem finalmente de ser abordados de modo conjuntural. Aliás, esse será um dos temas centrais do congresso extraordinário de março próximo. Os Bombeiros entendem ter chegado o momento de pensar e decidir com horizontes e não de, apenas, safar o momento sem atender o seguinte.

Para quem está fora do processo, ou vê à distância com distração ou com alguma dose de cinismo, a primeira impressão poderá ser a de os Bombeiros estarem sempre do contra. Mas nem tudo o que parece é, como diz o povo, e nesta matéria é o caso.

Os Bombeiros têm competências, conhecimentos e experiências que lhes são reconhecidas, umas ditadas pelo acumular do seu historial secular, outras geradas na vontade de melhorar, qualificar e quantificar ainda mais a sua capacidade de intervenção.

Tudo isso pressupõe que as e os bombeiros disponham de recursos e meios que lhes permitam concretizar tudo isso. Ao invés, tantas vezes com menos recursos e os meios exigíveis, fazem o melhor de si mesmo e conseguem enormes ganhos de causa.

Viver, com resiliência é certo, com fragilidades identificadas, mas que não deverão por em causa a eficácia e os seus resultados, é um desafio constante e o gerar de um sentimento que em momento algum admite enfraquecer a operacionalidade.  

É também por isso que os Bombeiros, e a sua Liga, lutam contra um debate que se tem gerado ultimamente, simplista e apressado, sobre mudar comandos distritais em comandos sub-regionais de proteção civil. Houve quatro anos para preparar e operar a mudança e só mais recentemente ela foi acelerada com os atropelos que hoje se evidenciam. Ninguém está contra isso por estar contra. Os Bombeiros estão contra por nos termos presentes, poder fazer perigar a sua operacionalidade, logo a sua capacidade de prestar cuidados ás populações.

É para evitar tudo isso e para valorizar a identidade dos Bombeiros e a sua capacidade operacional que reivindicam um Comando Nacional de Bombeiros. Não querem ser mais que ninguém. Querem apenas ser eles.  

Fonte – Liga dos Bombeiros Portugueses 

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