De forma a fazer face aos incêndios que fustigaram o nosso país, entre junho e outubro, os Bombeiros de Pinhal Novo mobilizaram inúmeras equipas para combate directo e apoio às populações nos distritos do centro e norte de Portugal.
Na maioria foram empenhados bombeiros voluntários que têm outros empregos. Umas das entidades que dispensou os seus colaboradores que são também bombeiros voluntários foi a Volkswagen Autoeuropa, em Palmela.
Na edição de dezembro do “jornal.”, o jornal dos colaboradores da Volkswagen Autoeuropa, são homenageados, com orgulhos, seus “colaboradores bombeiros”.
Bruno Pereira, um dos colaboradores entrevistados faz parte do Corpo de Bombeiros Voluntários de Pinhal Novo. Leia todo o artigo do “jornal.”
“Bruno Pereira, 40 anos, é bombeiro desde 1995. Miguel Bastos, 24 anos, é bombeiro desde 2009. Ambos são serralheiros de cunhos e cortantes, na área de prensas. E ambos são um orgulho nacional. Intervieram nos incêndios de verão e, por vezes, saíram diretamente do trabalho para a sua missão.
Pela Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Setúbal, Miguel Bastos já interveio desde 2009 e, 167 ocorrências de incêndio. Neste Verão foi autorizado a dispensar 20 dias de trabalho na fábrica [da Volkswagen Autoeuropa] para combater os dramáticos incêndios em Portugal. Esteve em mais de 30 situações de grandes incêndios e, Viana do Castelo, Coimbra, Guarda e Viseu. «Apesar de todas terem a sua importância, talvez Pedrogão Grande tenha sido das intervenções mais complicadas.»
Por sua vez Bruno Pereira, dos Bombeiros Voluntários de Pinhal Novo, participou também diretamente nos incêndios de Pedrogão Grande, Vila de Rei e Oliveira do Hospital. «O mais difícil foi ter de obrigar os habitantes a abandonarem as suas casas, mesmo contra a sua vontade, no meio de fumo e temperaturas muito altas.», descreve. E acrescenta «O sentimento de impotência de não conseguir salvar algumas das vítimas, animais e bens materiais é terrível de sentir.». Apesar da longa experiência de ambos, confessam que este ano tudo foi mais intenso. «Em Vila de Rei fiquei de rastos. O relevo dos terrenos era muito acentuado.» e »Pedrogão foi das intervenções mais complicadas de sempre para mim.»
Em relação a outras experiências no passado, ambos confirmaram que “Este verão foi mais complicado que todos os outros devido à seca severa que deixa os combustíveis com níveis de humidade muito baixos.”
Ser bombeiro é talvez uma das atitudes mais altruístas de um ser humano. Por detrás do arrojo, força anímica e coragem ilimitadas para enfrentar um terreno em chamas, estão emoções avassaladoras que têm de saber controlar. A satisfação interior por vezes é reforçada pelas populações que estão a ajudar a sobreviver. «No incêndio de Vila de Rei ao fim de quais duas horas de combate direto às chamas, conseguimos que o fogo não afetasse nenhuma das casas da aldeia e senti muita emoção ao ver as expressões de alegria na cara dos habitantes quando puderam regressar a sua casa. E também quando tivemos de sair da aldeia fiquei para irmos para outra intervenção, fiquei muito sensibilizado por ouvir as palmas e os agradecimentos dos vários populares.», conta Bruno Pereira.
Bruno Pereira e Miguel Bastos já evidenciaram muitos incêndios. E são unânimes em afirmar que é imperioso o ordenamento e vigilância do território florestal; fazer cumprir a lei de limpezas das propriedades privadas e dos estados; dar formação aos habitantes sobre as normas de segurança em redor das habitações e propriedades. E também se aperceberam continuamente que são necessários mais meios materiais para efetuar as missões.
Perguntamos-lhes se aconselham os colegas a serem bombeiros. «Claro que sim, mas apenas se tiverem um grande gosto em ajudar o próximo sem ter ambição de serem remunerados por isso. Não é fácil termos de passar muito tempo longe da família. É necessário termos muita robustez física para socorrer vítimas.»
A Volkswagen Autoeuropa tem orgulho na bravura destes seus colaboradores bombeiros.”
(texto de Isabel Carimbo)
Fonte: Facebook da AHBPN


