Um camião cisterna carregado com fuelóleo despistou-se, na segunda-feira à tarde, ao efetuar a curva de saída da auto-estrada A12, no sentido de Pinhal Novo. Do acidente resultaram ferimentos ligeiros no motorista. A viatura ficou capotada fora da via, com derramamento do produto, obrigando os bombeiros a operações adequadas à matéria perigosa em causa. Na manhã de terça-feira, começaram a ser levadas a cabo as operações de remoção do veículo.
No meio de um intenso nevoeiro, começou pelas 9 horas de terça-feira a tentativa de retirar do local o camião cisterna acidentado, com recurso a uma grua de 160 toneladas. Os trabalhos foram levados a cabo por uma empresa especializada em resíduos perigosos, sob acompanhamento no local de técnicos do Ministério do Ambiente. Para que fosse possível içar o veículo em segurança, as operações – que, da parte da tarde, ainda não estavam terminadas, nem se previa a hora da sua conclusão – incluíram a trasfega da totalidade do produto retido na cisterna. Procedeu-se também a trabalhos de limpeza da área, tendo os resíduos sólidos e o produto derramado no solo sido transportados para dentro de contentores.
O camião cisterna, da empresa Luz & Irmão, trazia uma carga de 26 toneladas de fuelóleo, que estava a ser transportada da firma Tanquisado, em Setúbal, para Torres Vedras (Riachos). Pelas 16h35m de segunda-feira, 13 de novembro, quando o motorista pretendia aceder à saída da A12 para Pinhal Novo, com destino ao Montijo, o veículo despistou-se, ao efetuar a curva, e embateu na proteção da via, tendo capotado e caído a 10 metros da faixa de rodagem.
O motorista sofreu ferimentos ligeiros e foi socorrido no local, pelos Bombeiros Voluntários de Pinhal Novo, e transportado para o Hospital de Setúbal, de onde acabaria por ser transferido para a unidade hospitalar da sua área de residência, em Torres Vedras.
De imediato, as operações levadas a cabo pelos bombeiros passaram pela necessidade de proceder ao estancamento da fuga, por tamponamento improvisado e contenção do produto derramado, pelo método de decantação, na vala das águas de drenagem das chuvas, numa extensão de aproximadamente 250 metros.
Em simultâneo, fez-se a recolha da Ficha de Segurança da cabina do motorista e constatou-se ser um produto com as seguintes características: líquido quente, viscoso e inflamável, de cor preta, a libertar gases, classificado como Fuel Oil nº 4.
A firma proprietária do pesado fez deslocar ao local outro camião cisterna para trasfega do produto existente. Este trabalho iniciou-se pelas 19h30m e foi concluído pelas 21h30m, altura em que se deram por encerrados os trabalhos de segunda-feira.
Estiveram no local os seguintes meios de socorro do Corpo de Bombeiros Voluntários de Pinhal Novo: Veículo de Socorro e Assistência Tático (VSAT), com 4 homens; Veículo Urbano de Combate a Incêndios (VUCI), com 4 homens; e a ambulância INEM do CB, que prestou o socorro ao motorista. Nas operações participou também o CB de Palmela, com um VSAT, um Veículo Especial de Combate a Incêndios (VECI) e uma ambulância de socorro, num total de 6 operacionais.
No local atuou também a Brigada de Investigação da GNR, que procedeu à análise de todo o cenário da ocorrência.
De acordo com as informações prestadas pelo Comandante dos BVPN à Agência Lusa, ao início da tarde de terça-feira, esperava-se que a operação de remoção do combustível derramado, contido na baía de retenção, fosse suficientemente rápida para evitar consequências graves para o ambiente. «Gostaríamos que a recolha do fuelóleo derramado fosse efetuada com a maior celeridade, uma vez que se prevê um agravamento das condições climatéricas e há o risco de o combustível derramado poder atingir a barragem da Salgueirinha, que fica relativamente próxima», disse Fernando Pestana, adiantando que o caso também estava a ser acompanhado pela Proteção Civil Municipal.
Fonte da GNR disse à Lusa que a saída da A12 do Pinhal Novo (sentido Setúbal/Lisboa) continuava cortada ao trânsito, durante a tarde, devido à presença de máquinas e da grua para a remoção do camião cisterna. Os automobilistas que circulavam no sentido Sul/Norte, e que pretendiam dirigir-se ao Pinhal Novo, tiveram de percorrer mais alguns quilómetros, até à saída do Montijo.


Fonte: Fernando Pestana, com Helena Rodrigues


