Os Bombeiros Voluntários de Pinhal Novo aderiram à ação nacional de protesto deste Domingo, convocada pela Liga dos Bombeiros Portugueses, e colocaram viaturas e meios humanos na Praça da Independência. O socorro pré-hospitalar foi, assim, acionado a partir do centro da vila. À vista de todos.
«O socorro está na rua» foi o nome dado à jornada nacional de luta «em defesa da missão dos Bombeiros no domínio do Socorro Pré-Hospitalar». Ao colocar na rua o veículo de salvamento e desencarceramento, o veículo de comando tático e a ambulância de socorro instalada pelo próprio INEM no Corpo de Bombeiros de Pinhal Novo, pretendeu-se, simbolicamente, mostrar que os bombeiros têm orgulho em ser uma parte fundamental do sistema de emergência pré-hospitalar em Portugal e que não prescindem de continuar a desempenhar esse papel. Sem os bombeiros não há socorro, foi o que se pretendeu mostrar.
O objetivo desta ação foi, assim, o de demonstrar que os Bombeiros são a principal rede de socorro qualificado e abrangente, existente em todo o país. No caso concreto de Pinhal Novo, o Corpo de Bombeiros, além de operar com uma ambulância de socorro do INEM (além de outras propriedade da associação), possui meios humanos qualificados com os cursos de TAS(Tripulante de Ambulância de Socorro) e TAT (Tripulante de Ambulância de Transporte), que lhe permitem assegurar, 24 horas por dia, o funcionamento do serviço de emergência pré-hospitalar (com direção técnica a cargo de um médico, elemento do Quadro de Especialistas da corporação).
Em causa têm estado as difíceis relações com o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), que a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) acusa de estar a impor procedimentos às corporações, sem ouvir nem respeitar as posições dos Bombeiros, que são, desde há 23 anos, parceiros do INEM no Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM).
Por exemplo, o encaminhamento obrigatório para o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (do INEM, que funciona em Lisboa) de todos os pedidos de socorro feitos diretamente para os quartéis (muitas vezes, as pessoas ligam diretamente para o quartel de bombeiros, em vez de acionarem o nº 112), tem sido entendido pelas corporações como uma medida que põe em causa a capacidade dos bombeiros para avaliar os pedidos e decidir sobre o envio dos meios de socorro adequados, além de fazer atrasar a chegada da ajuda às vítimas.
Liga aprovou “carta reivindicativa”
No dia anterior à instalação simbólica das ambulâncias nas principais praças do país, dirigentes e comandantes de associações e corpos de bombeiros estiveram reunidos, em Santarém, para aprovar uma carta reivindicativa para o socorro pré-hospitalar, a entregar ao Presidente da República, Governo, Assembleia da República, Autarquias e Juntas de Freguesia. Nos termos do documento aprovado, se até 16 de Novembro não houver uma resposta do Ministério da Saúde, a LBP admite rescindir os acordos para prestação de serviços de transporte de doentes e de emergência pré-hospitalar.
Na carta reivindicativa, os Bombeiros defendem a criação de Centrais Integradas de Emergência, através da fusão entre os atuais Centros de Orientação de Doentes Urgentes do INEM (tutelado pelo Ministério da Saúde) e Centros Distritais de Operações de Socorro (do Serviço Nacional de Bombeiros e Proteção Civil, tutelado pelo Ministério da Administração Interna).
No que respeita à formação dos bombeiros no domínio da emergência médica, as corporações pedem a criação da carreira de «bombeiro especialista em socorro pré-hospitalar» – que enquadre a atividade profissional dos cerca de 1900 bombeiros portugueses com formação de TAS – e a execução de um plano de contingência, que permita formar mais 200 TAS, no prazo de um ano.
Para já, e de acordo com informações veiculadas pela imprensa de hoje, a Liga já conseguiu que ficasse agendada para o próximo dia 14 de Novembro uma reunião com o Ministério da Saúde, o que acontece nas vésperas do 39º Congresso Nacional da LBP, que se realizará de 16 a 20 de Novembro, em Viseu.
Fonte: HR (Texto; c/ LBP e Imprensa); FP (Foto)


