Missão cumprida!

O Grupo de Primeira Intervenção (GPI) dos Bombeiros Voluntários de Pinhal Novo terminou a sua função em 30 de setembro, último dia da Fase “Bravo” do combate a incêndios. Mas o SNBPC decidiu prolongar a época de incêndios até 15 de outubro.

Trinta bombeiros do distrito de Setúbal – num total de 690 a nível nacional – integram esta fase, batizada como “Charlie”. A Fase “Charlie” começou sob o signo das elevadas temperaturas e do regresso das chamas à região Centro, levando o Serviço Nacional de Bombeiros e Proteção Civil (SNBPC) a mobilizar, esta Segunda-feira, o Veículo de Gestão Estratégica de Operações (VGEO), do Corpo de Bombeiros de Pinhal Novo, para o concelho de Tábua. Em agosto, a viatura fora já utilizada para apoio à coordenação das operações de combate aos grandes incêndios da Pampilhosa da Serra, Coimbra e Penela.

Esta fase, com a duração de 15 dias, integra, no distrito de Setúbal, um Grupo de Reforço Rápido (GRR) constituído por 6 GPI (num total de 30 bombeiros), distribuídos pelos Corpos de Bombeiros de Sesimbra, Almada, Barreiro, Trafaria, Alcochete e Seixal.

De 1 de julho até 30 de setembro, o Corpo de Bombeiros de Pinhal Novo integrou a Fase “Bravo” do dispositivo, com cinco elementos afetos ao GPI e ao Grupo de Apoio Permanente (GAP). Estes grupos permanentes estiveram envolvidos em dezenas de operações de combate e vigilância na Área de Atuação Própria do CB (na foto) e no distrito de Setúbal; a situação mais grave em que intervieram ocorreu na Serra da Arrábida (Ler Notícia).

Elevado risco de incêndio justifica prolongamento

No próprio dia do termo da Fase “Bravo”, o SNBPC anunciou a decisão de prolongar a época de prevenção de incêndios até 15 de outubro, devido ao elevado risco de incêndio que se mantém. «O risco continua a ser mais elevado do que costuma ser nestas alturas do ano, tendo em conta o período de seca que o país atravessa», explicou, durante uma conferência de imprensa, o comandante nacional de Operações de Socorro, Gil Martins.

Assim, durante a primeira quinzena de outubro, 449 corpos de bombeiros de todo o país serão reforçados com 690 homens, que contarão com o apoio de 17 meios aéreos: nove helicópteros e oito aviões. No que toca à fiscalização, 150 brigadas vão manter-se no terreno, com 500 elementos para tratar da fiscalização e apuramento das causas dos incêndios.

Ao contrário do que tem acontecido, este ano o período de prevenção foi antecipado 15 dias, tendo começado a 15 de maio com a fase “Alpha”, e prolongado mais 15 dias, com a fase “Charlie”. No entanto, este é, até agora, o segundo pior ano de incêndios verificado no país, só ultrapassado pelo Verão de 2003.

O Ministério da Administração Interna já anunciou, entretanto, que Portugal vai deixar de ter uma época oficial de incêndios florestais, passando a estar o ano inteiro em alerta.

Os números (provisórios)

Segundo os dados oficiais divulgados pela Direcção-Geral dos Recursos Florestais (DGRF), desde o início do ano, registaram-se quase 33 mil incêndios, responsáveis pela morte de 18 pessoas – 11 das quais bombeiros – e por uma área ardida de 286.383 hectares.

O último balanço da DGRF, com dados ainda provisórios, indica que até 25 de setembro foram registados 7.214 incêndios florestais e 25.339 fogachos, o que totaliza 32.553 ocorrências. Os maiores valores de área ardida foram registados nos distritos da Coimbra (43.474 hectares), Leiria (33.126), Vila Real (28.790) e Santarém (26.902). O maior número de ocorrências verificou-se nos distritos do Porto (7.101), Braga (4.409) e Aveiro (4.004).

Relativamente aos incêndios com área superior a 100 hectares, encontram-se apurados 273, dos quais 92 apresentam uma área superior a 500 hectares, representando 207.514 hectares de área ardida.

Em 2004, arderam em Portugal cerca de 129.529 hectares de floresta e, em 2003, o pior ano das últimas duas décadas, a área destruída pelo fogo rondou os 425.000 hectares.

«Fogos controlados» e outras medidas de prevenção

A DGRF anunciou também que vai recorrer a fogos controlados nas matas nacionais e perímetros florestais que tutela, como medida de prevenção de incêndios. «É um método que tem sido pouco utilizado, mas que julgo ser importante como medida de prevenção. É uma técnica que já é bem dominada», declarou à agência Lusa o director-geral dos Recursos Florestais.

A par desta medida, a DGRF vai promover ações de limpeza, desbastes e intervenções nos caminhos e pontos de água e proceder à reorganização das equipas de sapadores florestais, incentivando a formação e a criação de sinergias geográficas.

A DGRF anunciou ainda que, além do estudo técnico do Plano Nacional de Defesa da Floresta contra Incêndios, estão a ser tomadas medidas para mitigar o efeito dos fogos. «Foi feito um acordo relativo à utilização de madeira de áreas ardidas que envolveu toda a indústria, produtores e empresas florestais e entidades bancárias. O objectivo é que os incêndios não sejam aproveitados para especular em torno do preço da madeira, criando um quadro de transparência para a recolha do material e incentivando boas práticas florestais», sublinhou o diretor-geral.

Fonte: Helena Rodrigues, c/ Agência Lusa; Fotos: Leonel Barradas

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