Bancos metálicos das estações de comboios revelam-se perigosos

Na estação de Pinhal Novo, uma criança de 4 anos ficou, no Domingo, 24 de abril, com os dedos presos nos orifícios de um dos bancos metálicos, obrigando os bombeiros a uma intervenção delicada. No mesmo dia, um caso semelhante ocorreu na estação do Pragal e acabou no Hospital Garcia de Orta.

Quase em simultâneo, os dois acidentes ocorridos com os bancos de aço inoxidável perfurado que povoam as gares das estações da REFER, da linha que liga o Sul à Ponte 25 de Abril, revelaram-se situações complexas para os bombeiros. O primeiro susto aconteceu pelas 11h30, na estação de Pinhal Novo. Uma criança de 4 anos, acompanhada pelos pais, enfiou dois dedos nos buracos do banco em que aguardavam pela chegada do comboio. O pai ainda conseguiu soltar-lhe o dedo indicador, mas o dedo médio ficou preso no banco, obrigando à intervenção dos bombeiros (via chamada para o nº 112).

Mobilizada a viatura de desencarceramento e seis bombeiros, verificou-se que a mão da criança começava a ficar inchada. A situação acabaria por resolver-se com a aplicação de gelo, para reduzir o edema, e Lidocaína – «um gel anestésico utilizado para entubação de vítimas inconscientes para se fazer a ventilação», explica um dos socorristas –, cujo efeito lubrificante acabaria por ter o resultado pretendido, permitindo libertar o dedo médio da criança.

A vítima tinha apenas pedido aos pais para andar de comboio. Assustada, a criança acabou por ir para casa, apesar de terem pago os bilhetes da Fertagus (que são adquiridos e validados antes das viagens). No local do incidente, esteve um responsável da CP, que se prontificou a elaborar um relatório da ocorrência, tendo aconselhado os pais da criança a apresentarem também uma exposição sobre o sucedido.

O mais grave é que, no mesmo dia, pouco depois e uns quilómetros à frente, na estação do Pragal, os Bombeiros Voluntários de Almada estiveram a braços com uma situação em tudo semelhante, mas que teve de acabar no Hospital Garcia de Orta, com uma outra pequena vítima a ter de ser submetida a anestesia geral, enquanto os bombeiros utilizavam uma tesoura hidráulica de desencarceramento para cortar o metal. Os bombeiros contaram para as câmaras de televisão terem recorrido, sem sucesso, a cremes gordos e gelo para soltar os dedos da criança, tendo chegado a recear a solução-limite da amputação. Tiveram de transportar a vítima com o banco metálico para o hospital, no meio de um cenário geral de desespero pelo insólito da situação, que acabou por ser resolvida pela perícia de um bombeiro a manusear a enorme tesoura de cortar a chapa das viaturas acidentadas.

Na foto: Pormenor dos orifícios dos bancos, por comparação com o tamanho de uma moeda de 1 euro. Fotos cedidas por um passageiro.

Fonte: Luís Neto (texto de Helena Rodrigues)

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