Primeiro, a «prata da casa» irrompeu pela sala da Direção a cantar as janeiras. Depois, acabou tudo à porta do quartel de garrafa de Porto na mão, com um grupo de populares. A tradição do dia de Reis cumpriu-se em Pinhal Novo.
A adaptação da letra da conhecida canção de José Afonso foi da autoria de Rosélia Palminha. De cábula nas mãos, um grupo feminino do quadro auxiliar e da fanfarra dos Bombeiros de Pinhal Novo irrompeu, na noite de Reis, 6 de janeiro, pela sala da Direção e cantou as janeiras. Assim:
Vamos cantar as janeiras
Vamos cantar as janeiras
Por este quartel adentro vamos
Para sermos as primeiras
E foram mesmo. Estavam nervosas, confessaram as cantadeiras. Mas encantaram os presentes. E à terceira interpretação das quadras da D. Rosélia – dedicada a um bombeiro que entrou, mais tarde, na sala -, já as janeiras fluíram sem percalços. Seguiu-se um convívio à volta do bolo-rei e de um cálice de Porto, oferecido pela Direção.
As mulheres da Associação foram as primeiras, mas não foram as únicas a cantar as janeiras na gelada noite de Reis. Alguém anunciou que um grupo de populares, de guitarras e candeias acesas, estava a cantar as janeiras à porta da sede da Junta de Freguesia. Ouviam-se os acordes e as vozes. Será que também viriam cantar à porta do quartel?
E vieram mesmo. De repente, a quase-cidade parecia outra vez a pequena comunidade em que todos se conhecem. «Sr. Mestre, vai um calicezinho de Porto?»
Pois foi. Não resistimos. Trouxemos a garrafa de Porto para a rua e oferecemos um copinho aos cantores das janeiras. Para aquecer as vozes e as almas. Foi a nossa forma de dizer obrigado.
Helena Rodrigues; Carlos Marta (Fotos)


