Colóquio discute experiências no socorro de emergência

A partilha de experiências entre vários agentes da proteção civil foi o principal objetivo do colóquio que, em Pinhal Novo, reuniu um painel constituído por médicos e pelo presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, sob a moderação da jornalista da SIC, Maria João Ruella.

“A Saúde no Socorro de Emergência” foi o tema do colóquio promovido no sábado, 8 de maio, pelo Corpo de Bombeiros Voluntários de Pinhal Novo, em colaboração com a Câmara Municipal de Palmela. O colóquio, que se realizou entre as 10 e as 13 horas, no Auditório Municipal de Pinhal Novo, foi um dos eventos integrantes do programa comemorativo do Dia Municipal do Bombeiro, que decorre desde 30 de abril até 15 de maio, numa organização conjunta da corporação pinhalnovense e do Serviço Municipal de Proteção Civil.

Destinado a bombeiros e restantes agentes da proteção civil, autarcas e profissionais de saúde, o colóquio teve como propósito refletir sobre os objetivos a atingir pelos vários intervenientes na proteção civil, na área da saúde, e a sua capacidade operacional e interligação no socorro de emergência, em caso de acidente grave, catástrofe ou calamidade.

O encontro constituiu uma excelente oportunidade de partilha de experiências entre a audiência, maioritariamente constituída por bombeiros das corporações do distrito de Setúbal, e os oradores convidados: o Dr. António Pegado, do Corpo de Bombeiros de Santa Comba Dão, que transmitiu a experiência do socorro numa pequena cidade do interior, onde a corporação se encontra dotada com meios aéreos (um helicóptero); a Dra. Isabel Santos, do Instituto Nacional de Emergência Médica, que caracterizou o âmbito de intervenção do INEM na primeira linha do sistema de emergência; o Dr Richard Glied, Diretor dos Serviços de Urgência Pré-Hospitalar do Corpo de Bombeiros Voluntários de Pinhal Novo, que fez uma análise comparada entre o socorro de emergência em Portugal e na Alemanha, onde acumulou cerca de dez anos de experiência como médico em equipas de emergência; e o Dr. José Cunha da Cruz, médico do Serviço Nacional de Bombeiros e Proteção Civil, que abordou a experiência portuguesa de integração de equipas internacionais de socorro em situações de catástrofe ocorridas no estrangeiro.

Ao presidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses, Duarte Nuno Caldeira, coube o encerramento das intervenções iniciais – fazendo uma síntese do papel actual dos bombeiros no sistema de emergência pré-hospitalar e apontando caminhos para a valorização dessa intervenção -, antes de se passar ao debate, sob a moderação da jornalista Maria João Ruella (SIC), ela própria protagonista de uma experiência internacional que, como reconheceu, “correu mal” (uma alusão ao ataque de que foi vítima no cenário de guerra do Iraque, e que obrigou à sua evacuação para Portugal pelo INEM).

O debate foi, por um lado, alimentado pelas explicações solicitadas pelo presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Palmela ao Dr. Richard Glied, por este ter realçado que, na Alemanha, vigora um tempo máximo de resposta legalmente permitido para situações de emergência (15 minutos, desde a notícia da ocorrência até à chegada ao local dos meios de socorro). Neste contexto, o médico explicou que, na Alemanha, existem 53 helicópteros ao serviço do sistema de emergência pré-hospitalar, cuja lógica de utilização não é tanto a de permitir evacuar as vítimas com grande rapidez, mas, sobretudo, a de possibilitar a chegada rápida da equipa médica ao local da ocorrência.

Por outro lado, a intervenção da enfermeira Helena Joaquim, da corporação pinhalnovense, colocou em cima da mesa a questão da falta de apoio psicológico para os próprios bombeiros que, no seu dia-a-dia, se confrontam com a realidade da vida e da morte. A enfermeira sugeriu ainda a criação de um bacharelato, na área da emergência pré-hospitalar, como forma de reconhecimento das habilitações dos Técnicos de Ambulância de Socorro que, para além da escolaridade obrigatória, possuem competências como técnicos de saúde que carecem de validação em termos do sistema formal de ensino. A este propósito, Duarte Caldeira revelou que já existem contactos entre a Liga dos Bombeiros Portugueses e estabelecimentos de Ensino Superior.

Fonte: LN/HR (Foto cedida por Adelino Chapa/CMP)

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