Bombeiros têm «grande desconhecimento» sobre nova geração de fogos

16 de dezembro,2022

Liga diz-se consciente dos novos desafios, mas defende que operacionais não escolhem meios. Estudo aponta debilidades no combate aos incêndios.

Uma nova análise do Centro de Estudos e Intervenção em Proteção Civil (CEIPC), divulgada ontem, aponta haver operacionais e membros da academia com «grande desconhecimento técnico e científico» sobre os incêndios de nova geração. O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses defende que não são os operacionais a escolher os meios e os materiais para combater os fogos.

O estudo, da responsabilidade da Associação presidida pelo especialista Duarte Caldeira, aponta que a falta de informação e formação sobre as «características destrutivas» e as causas dos incêndios de sexta geração, violentos e intensos que chegam a transformar-se em tempestades de fogo, têm «consequências inevitáveis» no planeamento, nas decisões e nas próprias operações de combate.

Ao JN, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, António Nunes, defende que são «evidentes os novos desafios», no que toca à intensidade e à velocidade de propagação das chamas, porém acredita que deve ser antes feita uma «reflexão» sobre os métodos e materiais disponibilizados aos operacionais. «Não são os bombeiros que escolhem os meios aéreos», exemplifica.

     POUCA PREPARAÇÂO FÍSICA

O responsável reivindica a criação de um comando nacional de bombeiros, que possa de uma forma mais célere e eficaz gerir a disponibilidade de meios humanos, terrestres e aéreos para uma determinada missão. «Tem de ser bombeiros comandados por bombeiros e não haver cinco ou seis entidades no teatro de operações a utilizar meios e materiais diferentes», realça.      

Relativamente à natureza operacional, na análise que surge na sequência da vaga de incêndios rurais verificados este verão, o CEIPC acrescenta haver «insuficiente preparação física de muitos corpos de bombeiros», o que coloca em risco a eficiência das operações, «bem como a segurança, saúde e o bem-estar» dos operacionais, lê-se no comunicado enviado ontem.

«Há 30 000 mil bombeiros, logo haverá sempre operacionais em melhores ou piores condições», afirma António Nunes. O presidente da LBP não descarta a possibilidade de se melhorar os parâmetros de avaliação dos operacionais que vão efetivamente para o terreno.

Já face ao elevado número de acidentes com veículos dos bombeiros, o estudo aponta que a realidade indicia «deficientes condições de segurança» dos carros ou falta de formação e treino dos condutores. Haverá pelo menos 600 veículos com 30 anos», revela António Nunes no JN.

O CEIPC conclui que não há também áreas de descanso suficientes para os bombeiros, sobretudo quando estão no teatro de operações e os incêndios se prolongam.

FALHAS  

Meios aéreos

De acordo com o CEIPC, os meios aéreos estão «com manifesto desperdício operacional da sua intervenção», o que denuncia a falta de preparação de alguns pilotos para determinadas missões ou falhas na comunicação.

Comunicação

Os constrangimentos na transmissão da informação podem justificar-se pela «existência de várias zonas do território do continente sem cobertura de redes públicas de comunicações eletrónicas».

Autarcas

Os especialistas dizem que os presidentes de Câmara devem ter uma noção precisa da «capacidade de intervenção da autoridade municipal de proteção civil» e apontam «lacunas» no acionamento dos planos municipais de emergência de proteção civil.

Território

O estudo aponta para «total fracasso das políticas de ordenamento territorial», que mostra que Portugal «perdeu o controlo sobre o seu território». Os incêndios rurais consumiram este ano 110 007 hectares.

Novas Tecnologias

Para o CEIPC, seria importante investir nas novas tecnologias de deteção remota de vigilância, a funcionar 24 horas por dia, de forma a «intensificar e a melhorar a investigação das origens e das causas de incêndios».  

Fonte/Foto – Jornal Notícias

«Fala-se em cofres cheios e os bombeiros sem qualquer ajuda»

19 de dezembro,2022

Liga diz que bombeiros «estão financeiramente exauridos»

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) recorreu às redes sociais, no domingo, para apontar críticas ao Governo, considerando que os bombeiros continuam «a ser vítimas de subfinanciamento».

«Fala-se em cofres cheios e os bombeiros sem qualquer ajuda», começa por ler-se numa publicação divulgada, este domingo, no Facebook da LBP, e que se refere ao apoio de 240 euros anunciado pelo Governo, numa altura em que se comenta o facto de a inflação prejudicar as famílias, mas ajudar as contas públicas.

«A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) estranha que se anuncie que o Governo dá apoios para não acabar o ano com cofres cheios e que, no fim disso tudo os bombeiros continuem a ser vítimas de subfinanciamento», critica.

A confederação, liderada por António Nunes, diz saudar «os apoios extraordinários decididos pelo Governo para a área social, porque são muito necessários», mas lembra «que os bombeiros estão financeiramente exauridos».   

Para a LBP, «hoje, é mais caro socorrer, face ao aumento dos custos associados, mas isso não tem sido acompanhado proporcionalmente pelos apoios do Estado».  

     Fonte: Liga dos Bombeiros Portugueses, Foto: Global Imagens

LBP – BOMBEIROS VOLTAM A INTERVIR

14 de dezembro, 2022

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) vai distinguir dois bombeiros, MANUEL FONSECA, oficial bombeiro principal dos Bombeiros Voluntários de Carnaxide e SÉRGIO PANINHO, bombeiro de 1ª dos Bombeiros Voluntários de Algés, e um agente da PSP, com a Medalha de Serviços Distintos.

O motivo das condecorações prende-se com salvamentos realizados pelos três com risco da própria vida, os dois primeiros em Algés e o terceiro em Odivelas, em operação de socorro realizadas por ocasião de mau tempo que tem assolado o país e, em particular na Região de Lisboa.

Fonte: Liga dos Bombeiros Portugueses

LBP — PARECER NEGATIVO A DOIS DOCUMENTOS

13 de dezembro, 2022

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) deu parecer negativo às alterações utilizadas no Sistema Integrado Operações de Proteção e Socorro (SIOPS).

A LBP lamenta que «estes documentos tenham como prioridade a pressa e não o consenso» tendo disposto apenas de 10 dias para dar parecer num prazo «manifestamente insuficiente para uma ampla apreciação e obtenção de pareceres das estruturas dos Bombeiros». Trata-se de um documento estruturante para a atividade operacional dos bombeiros e demais agentes da Proteção Civil, «que exige análise ponderada tendo em conta, inclusive a proposta do Comando Nacional de Bombeiros apresentada pela Liga dos Bombeiros Portugueses.

A LBP deu também parecer negativo ao perfil para o segundo-comandante sub-regional porque o texto recebido não tem um perfil claro, mas meras intenções.

A Liga dos Bombeiros Portugueses não abdica de defender os Bombeiros e de exigir o cumprimento da lei. Não pode haver alterações sem o Conselho Nacional de Bombeiros ser ouvido.

Pedir parecer à Liga só para cumprir calendário não contem connosco, a LBP quer ser parte da solução como parceria, mas nunca como apenas uma etapa. Não faz sentido fazer de conta e andar a fazer convites à LBP e as Federações tem uma palavra a dizer em tudo o que diz respeito aos Bombeiros.

Fonte: Liga dos Bombeiros Portugueses