«Atmosfera explosiva» pairou sobre o quartel

Uma recente ação de formação realizada na Associação permitiu aos bombeiros contactarem com o Veículo de Intervenção Química (VIQ) dos Bombeiros Sapadores de Setúbal e experimentarem o equipamento específico de proteção contra Matérias Perigosas. Por dois dias, uma “atmosfera explosiva” pairou sobre o quartel.

A intervenção dos bombeiros em acidentes envolvendo produtos químicos foi objeto de uma ação de formação, que teve lugar nos Bombeiros Voluntários de Pinhal Novo, ao longo dos dias 21 e 28 de outubro.

A formação foi ministrada pelo Bombeiro Sapador de 2ª Classe Carlos Marques, dos Bombeiros Sapadores de Setúbal, que fizeram deslocar ao quartel dos BVPN o seu Veículo de Intervenção Química (VIQ) – na foto. «A viatura contém todo o equipamento próprio para trabalhar em atmosferas explosivas, corrosivas ou tóxicas», explica Vasco Marto, Chefe da 3ª Secção, a quem coube a iniciativa de promover esta ação.

Todavia, a ação esteve aberta à participação de outros elementos interessados. Entre os dois dias de formação, assistiram à ação um total de 18 elementos, das 3 secções que constituem o Corpo de Bombeiros de Pinhal Novo. Foram eles: o Chefe Vasco Marto, os Subchefes Luís Sousa e Vítor Vicente, os Bombeiros de 1ª Classe Bruno Correia, Paulo Costa e Fábio Costa, os Bombeiros de 2ª Classe Nuno Domingues, Rudi Matos, Carlos Fialho, Nuno Gomes e Mauro Henriques, os Bombeiros de 3ª Classe Cristóvão Vinagreiro e Tiago Oliveira, os Aspirantes Artur Barreira, Rita Carmo, Diogo Cruz e Francisco Palmela, e o Auxiliar João Palmela.

Desta ação de formação estão disponíveis, neste sítio, várias imagens – Ver Galeria de Fotos

O que são “Matérias Perigosas”?

«É recorrente identificar a área de formação relativa à intervenção dos bombeiros em acidentes envolvendo produtos químicos, designados por matérias perigosas, como uma das que regista mais carências neste âmbito», escreve o Presidente da direção da Escola Nacional de Bombeiros, no prefácio do Volume IX do Manual de Formação Inicial do Bombeiro (*). Acrescenta-se, na introdução da obra: «Quando os bombeiros são confrontados com um acidente envolvendo tais produtos, têm que estar dotados de conhecimentos, equipamento e treino que lhes permitam preservar a sua própria integridade física, bem como das pessoas e bens que pretendem socorrer e proteger».

Matéria perigosa – explica o Manual – é qualquer substância (matéria-prima, produto, subproduto, resíduo ou produto intermédio) que, pelas suas características ou propriedades, possa causar danos à saúde humana, aos animais ou ao ambiente.

Os riscos inerentes a estes produtos estão essencialmente associados à formação de atmosferas perigosas, nomeadamente explosivas ou tóxicas. Uma atmosfera explosiva consiste na presença de gases ou vapores inflamáveis ou combustíveis misturados com o ar; uma atmosfera tóxica caracteriza-se pela presença de uma substância no ar, suscetível de ocasionar danos graves, agudos ou crónicos, ou mesmo a morte, por inalação ou por via cutânea.

A identificação da matéria em causa constitui o objetivo prioritário das equipas de bombeiros, ensina o Manual. Quanto aos procedimentos de segurança, a ideia-chave é a de que a intervenção dos bombeiros é, basicamente, um problema de decisão que compete ao comando das operações, devendo mesmo limitar-se à evacuação e isolamento da área sinistrada (“atitude defensiva”), no caso de o corpo de bombeiros não dispor de meios humanos devidamente equipados e treinados para intervir no tipo de acidente.

Principais ações a tomar

Assim, recomendam-se as seguintes ações a tomar, face a acidentes com matérias perigosas:

→ Identificar a matéria ou matérias envolvidas;
→ Suprimir e cortar fontes de ignição (atenção aos veículos motorizados);
→ Não fumar nem deixar fumar ou foguear;
→ Manter as pessoas afastadas;
→ Avisar as autoridades competentes;
→ Parar o derrame, se houver meios para o fazer;
→ Fazer o possível para impedir derramamento de produtos para linhas de água, esgotos, lagos, etc (podem contaminar e/ou provocar explosões);
→ Estar sempre do lado de onde sopra o vento (vento de costas);
→ Evitar as zonas baixas;
→ Não entrar em contacto com a matéria derramada.

Bibliografia:

Cristiano da Costa Santos e Heliodoro da Silva Neves, Matérias Perigosas (Vol. IX), Coleção Manual de Formação Inicial do Bombeiro, Escola Nacional de Bombeiros, Sintra, 2005

Fonte: Helena Rodrigues e Vasco Marto

CB reforça formação interna

Em matéria de formação profissional, a agenda do Corpo de Bombeiros de Pinhal Novo tem estado bastante preenchida, neste último trimestre de 2006. O objetivo é promover a qualidade da intervenção operacional, junto do maior número possível de elementos do CB.

Várias dezenas de formandos internos do Corpo de Bombeiros de Pinhal Novo estão a beneficiar, desde outubro deste ano, de vários cursos e ações de formação realizados no quartel, com o objetivo de aperfeiçoar as competências dos bombeiros nas várias áreas em que são chamados a intervir.

No dia 3 de novembro, teve início um curso de Condução Todo-o-Terreno, em que estão a participar o Chefe Serafim Neves, os Bombeiros de 3ª Classe José Nepomuceno, Carlos Conceição e Cristóvão Vinagreiro, e o Auxiliar Nuno Mineiro. Para além da formação teórica ministrada no quartel, o curso inclui sessões de formação técnico-prática realizadas no exterior, nomeadamente no Kartódromo Internacional de Palmela (5 de novembro) e na Serra dos Gaiteiros, também em Palmela, nos últimos dias de formação (11 e 12 de novembro).

No mesmo período, e também ministrada pela Escola Nacional de Bombeiros, decorre na corporação um curso de Salvamento e Desencarceramento, que incide sobre as técnicas de estabilização de viaturas acidentadas e de socorro a vítimas encarceradas. Com o objetivo de adquirir ou aperfeiçoar competências nesta área, estão a participar no curso o Chefe Vasco Marto, o Subchefe Paulo Pinto, o Bombeiro de 1ª Classe Paulo Costa, o Bombeiro de 2ª Classe Carlos Marta, os Aspirantes Francisco Palmela e Pedro Carvalho e, ainda, o Auxiliar João Palmela.

Entretanto, realizou-se já, na semana de 16 a 22 de outubro, um curso de Tripulante de Ambulância de Transporte (TAT), que permitiu a um total de 10 formandos internos, dos Quadros de Comando, Ativo e Auxiliar, adquirir ou renovar a respetiva certificação. Assim, concluíram a ação, que foi ministrada pela Enfª. Helena Joaquim, Equiparada a Adjunto de Comando e formadora da ENB, os seguintes elementos: Raul Prazeres, Adjunto de Comando; Manuela Rodrigues, Chefe; Fernando Martins, Bombeiro de 2ª Classe; Paulo Rato, Fernando Silva, Luís Silva e Andreia Podence, Bombeiros de 3ª Classe; Coito Ferreira, Bombeiro de 2ª Classe Equiparado; e os Auxiliares Eduardo Santos e Nuno Mineiro.

Ainda em outubro, teve lugar no quartel dos BVPN uma ação de formação sobre Matérias Perigosas [na foto], com o apoio dos Bombeiros Sapadores de Setúbal – Ler Notícia.

Registe-se ainda que dois elementos do Quadro Ativo dos BVPN participaram, em 4 e 5 de novembro, nas Jornadas Técnicas de Proteção e Socorro, promovidas pelo Corpo de Bombeiros Voluntários de Agualva-Cacém.

Por fim, encontra-se agendada para 17 de novembro uma ação de formação sobre Marcha de Urgência, aberta a todos os elementos do CB.
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O presidente da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP), Fernando Curto, lamentou hoje [07.11.2006] a falta de formação prática na preparação dos bombeiros e de planos pormenorizados no socorro de situações previsíveis. À margem das 15 Jornadas de Prevenção e Segurança na Floresta de Betão, Fernando Curto disse à agência Lusa que é necessária mais formação e descentralizada, sobretudo de ordem prática, com a realização de simulacros. “Até os cenários de cheias se podem simular” para treinar, disse, acrescentando também a necessidade de haver reciclagem na formação.

De acordo com o presidente da ANBP, “na Europa os bombeiros treinam na prática, enquanto em Portugal é através de papéis”. “Aprendemos sentados à secretária, quando a nossa atividade é eminentemente prática”, referiu.

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Fonte: Agência Lusa

Helena Rodrigues, c/ Fernando Pestana e Vasco Marto (Foto)

Salvamento em cenário verdejante

O último curso de Salvamento e Desencarceramento realizado pelos Bombeiros de Pinhal Novo beneficiou já do novo VETA (Veículo com Equipamento Técnico de Apoio), que permitiu transportar duas viaturas acidentadas para o cenário onde decorreu o exercício final.

Num local inacessível às viaturas de socorro, onde o verde era a cor predominante, os dez bombeiros que participaram no curso foram encontrar dois veículos sobrepostos, com vítimas encarceradas. O cenário – Ver outra foto – foi montado numa ravina da ponte de acesso à auto-estrada A12, onde foram estrategicamente sobrepostas duas viaturas, com duas alegadas vítimas, encarceradas e em estado grave: uma com traumatismo craniano e outra em situação de paragem cardio-respiratória.

A corporação beneficiou da circunstância de já possuir meios próprios e adequados para transportar as viaturas desde o sucateiro até ao local das operações – Ler Notícia. «Este exercício só foi possível graças à viatura VETA 01, equipada com uma grua extensível de três toneladas, que permitiu colocar os veículos sinistrados no local», explica o Comandante Fernando Pestana.

Aí, o cenário pôde ser meticulosamente montado, de forma a surpreender os formandos – que «desconheciam o local e as condições do cenário», explica Fernando Pestana – e avaliar a sua capacidade de reação à situação.

A primeira dificuldade com que se depararam terá sido o facto da ravina ser inacessível às viaturas de socorro: o VSAT, com uma guarnição de cinco bombeiros, e duas ambulâncias. «O grau de dificuldade foi acrescido pela necessidade de retirar o grupo energético e todos os equipamentos do VSAT necessários à execução das operações de desencarceramento e socorro», descreve o Comandante.

Tudo acabou em bem

O simulacro decorreu num Domingo (18 de Dezembro), e teve a duração de 45 minutos. Foi o culminar de uma acção de formação, com início em 9 de Dezembro último, e em que participaram dez elementos da corporação: os Sub-Chefes João Francisco Pacheco Silva e Luís Sousa; o Bombeiro de 2ª Classe Rui Jorge Silva; e os Bombeiros de 3ª Classe Carlos Sousa, Nuno Domingues, Sandro Patraquim, Ludgero Bento, Luís Silva, Tiago Oliveira e Ricardo Braga.

Todos concluíram a ação com aproveitamento [Parabéns!]. Realizado no quartel-sede de Pinhal Novo, o curso foi ministrado pelo formador José Eduardo Raimundo, Segundo Comandante dos Bombeiros Voluntários do Seixal e formador da Escola Nacional de Bombeiros.

A expectativa da corporação parece ser, agora, a de que um próximo curso de Salvamento e Desencarceramento já possa ser dado por um formador do próprio Corpo de Bombeiros de Pinhal Novo. O Bombeiro de 1ª Classe Luís Filipe Pinto Neto concluiu, também em Dezembro, na ENB, o curso de formador na área do Salvamento e Desencarceramento [Parabéns, Neto!].

Fonte: Helena Rodrigues

Bombeiros recuperam poço para formação

Saber operar com motobombas faz parte da formação básica de um bombeiro. E que melhor sítio para praticar do que num poço? Com esse objetivo, a corporação lançou mãos à obra de recuperar um poço abandonado, na zona rural de Pinhal Novo – Ver Galeria de Fotos.

O recurso às motobombas – manuais ou incorporadas nos veículos de combate a incêndios – é utilizado pelos bombeiros para proceder à aspiração de água em caso de inundação ou ao abastecimento dos autotanques, por exemplo. São técnicas que fazem parte da formação inicial de um bombeiro.

Serviço “dois em um”

De uma assentada, os bombeiros estão a levar a cabo uma ação de proteção de vidas e bens – visto que o poço, localizado num terreno não vedado e com o mural partido, constitui um perigo para animais ou mesmo pessoas – e vão ficar com um espaço ideal para a corporação e não só (para todas as abrangidas pelas ações de formação conjunta promovidas pela Federação de Bombeiros do Distrito de Setúbal) poder treinar o manuseamento das motobombas.

Além do mais, está em causa um relevante trabalho de limpeza, numa zona de risco de incêndio rural. É que o poço estava cheio de entulho e foi preciso começar por escoar a água e retirar tudo o que estava depositado no fundo («até encontrar areia limpa», explica o Comandante Fernando Pestana). Só depois os bombeiros puderam iniciar a reconstrução do beiral.

Os trabalhos prosseguiram neste Sábado, 23 de julho. Mas consta que os voluntários ainda têm trabalho para mais um dia. Pelo menos…

A Associação agradece o apoio da Cerâmica de Pegões, de J. G. Silva, pela cedência dos tijolos; e da empresa Joto Tulhos, de Rio Frio, pela cedência de manilhas.

Fonte: Helena Rodrigues (Texto), c/ Fernando Pestana