Polémica nas Festas de Pinhal Novo sem resposta da Câmara de Palmela

Associação dos Amigos da Festa Brava denunciou intervenção policial na largada de touros devido à lei do ruído que fora aprovada pela Câmara Municipal de Palmela, o Diário do Distrito questionou o município, mas sem sucesso.

Uma intervenção policial que interrompeu a primeira largada de touros nas Festas Populares de Pinhal Novo gerou polémica nas redes sociais. O episódio, ocorrido no espaço destinado este ano às largadas, atrás do quartel dos Bombeiros Voluntários, foi justificado pelas autoridades com o suposto incumprimento do horário de emissão sonora, mas a Câmara de Palmela permanece em silêncio, recusando esclarecer os critérios aplicados neste e noutros eventos do concelho.

A controvérsia estalou logo no arranque das festividades, quando a largada taurina foi interrompida pelas autoridades sob alegação de ultrapassagem do horário permitido. A Associação dos Amigos da Festa Brava, responsável pela iniciativa tradicional, reagiu publicamente, considerando a ação “desproporcional” e levantando dúvidas sobre a coerência dos critérios aplicados pela autarquia, dizendo que não teria sido o que foi discutido com a Associação das Festas Populares de Pinhal Novo.

O Diário do Distrito questionou oficialmente a Câmara Municipal de Palmela, no passado dia 9 de junho, sobre o despacho que terá motivado a intervenção, solicitando esclarecimentos sobre a validação do mesmo pelo vereador com tutela, os critérios aplicados a outros eventos com emissão sonora, e as permissões concedidas a festas privadas como a ‘Noite Branca’ realizada no Largo José Maria dos Santos — que, em edições anteriores, decorreu até altas horas sem qualquer interferência das autoridades. Festa esta que se centra no meio da vila de Pinhal Novo e perto de habitações.A solicitação, enviada com base no direito ao contraditório e na necessidade de garantir informação transparente ao público, continua sem resposta.

Entre as perguntas colocadas, o jornal procurava perceber se o despacho que determinou o horário da festa taurina tinha sido emitido com conhecimento do vereador responsável, qual o horário autorizado no Mercado Caramelo realizado em maio — também com animação sonora — e que critérios serão aplicados à White Party, organizada ao ar livre pela Sociedade Filarmónica Humanitária, está em plena vila de Palmela.

Também foi solicitado que a autarquia esclarecesse se todos os despachos relativos a eventos com impacto sonoro estão a ser emitidos com a devida coordenação política, uma vez que decisões administrativas em eventos públicos podem configurar discriminações quando aplicadas desigualmente.

A ausência de resposta da Câmara, até à data da publicação, agrava a perceção de falta de transparência num assunto com forte impacto cultural, associativo e comunitário, numa vila onde as festas populares desempenham um papel identitário relevante.

A Associação dos Amigos da Festa Brava lamenta a atitude das autoridades e da autarquia, alertando para o risco de descredibilização das tradições locais, e exige “tratamento igual para todas as expressões culturais do concelho, independentemente do tipo de evento ou do promotor”.

Este episódio lança uma nova sombra sobre a gestão autárquica dos eventos culturais em todo o concelho de Palmela, num momento em que várias freguesias do concelho preparam os seus festejos populares e esperam da Câmara clareza, equidade e diálogo.

Fonte: Diário do Distrito, Foto: JFPinhal Novo

Dois detidos por tráfico em operação policial durante festas no Pinhal Novo

Operações de segurança da GNR no Pinhal Novo resultaram em duas detenções por tráfico de droga e dezenas de autos por consumo.

Comando Territorial de Setúbal da GNR deteve dois homens, de 19 e 36 anos, por tráfico de droga no âmbito de duas operações policiais realizadas nos dias 7 e 8 de junho na estação ferroviária do Pinhal Novo, durante as festividades locais.

As ações, conduzidas pelo Posto Territorial do Pinhal Novo, integraram um reforço de segurança especialmente direcionado para garantir a tranquilidade pública e o cumprimento da legalidade nas celebrações populares. Durante a operação foram fiscalizadas 82 pessoas, com especial enfoque no controlo de permanência em território nacional, tendo resultado dois autos de contraordenação e uma notificação para abandono voluntário do país.

Paralelamente, a GNR identificou 21 indivíduos na posse de estupefacientes, o que levou à elaboração de 19 autos de contraordenação por consumo e à apreensão de 165,04 doses de haxixe e 1,25 doses de cocaína.

As detenções dos dois suspeitos por tráfico de droga foram comunicadas ao Tribunal Judicial de Setúbal, no seguimento da legislação em vigor.

A operação contou com o apoio de militares da Unidade de Controlo Costeiro e de Fronteiras (UCCF), da Secção Cinotécnica do Comando Territorial de Évora e de equipas especializadas do Comando Territorial de Setúbal, reforçando a presença da autoridade em zonas sensíveis e de maior circulação durante o evento.

Estas ações, que visam não apenas o policiamento preventivo, mas também o combate efetivo à criminalidade e ao tráfico de droga, inserem-se num plano mais vasto da GNR para assegurar eventos populares com elevados índices de afluência, reforçando a confiança da população nas forças de segurança.

Fonte: Diário do Distrito

Pinhal Novo – Luzes e sombras de uma noite de toiros

Num país onde a festa brava pulsa entre tradições seculares e os desafios de um mundo em mutação, “os toiros são a memória viva do campo em festa”, como nos recorda José Carlos Arévalo, crítico taurino e escritor espanhol. E se a memória é o que nos liga ao passado, são as praças desmontáveis que garantem o futuro da tauromaquia, levando a arte a territórios onde a afición se renova a cada temporada.

Estas arenas efémeras, “pontes lançadas entre a festa e o povo”, como dizia o saudoso Joaquim Bastinhas, têm um papel decisivo na expansão do espetáculo. Não apenas democratizam o acesso à tauromaquia, como insuflam vitalidade a localidades fora dos roteiros habituais. Erguem-se com engenho e paixão, e em cada travessa, em cada parafuso, vibra o desejo de eternizar a emoção do encontro entre o homem e o toiro.

Foi nesse espírito que, em Pinhal Novo, o coração da vila voltou a bater ao compasso da festa. As primeiras tardes de entusiasmo popular, em que se levantavam estruturas modestas mas plenas de vontade, tiveram agora um digno sucessor. Uma praça itinerante acolheu mais uma jornada de tradição e de futuro.

A noite apresentou-se agradável e a praça, preenchida em cerca de três quartos da sua lotação, foi palco de um espetáculo marcado por altos e baixos.

O primeiro novilho, de apresentação discutível e comportamento incerto, com ferro de Santos Silva, calhou a João Moura Caetano. Foi uma atuação sem história, sem eco no público, onde o excesso de intervenção da quadrilha acabou por diluir ainda mais a faena. A ferragem da ordem foi deixada, mas sem momentos de verdadeiro relevo. Após o intervalo, um novilho de Paulo Caetano, que rapidamente se foi esgotando em arena, permitiu ao cavaleiro de Monforte alguns lampejos de qualidade, nomeadamente duas curtas com o cavalo Baco, que se destacaram no conjunto.

Luís Rouxinol Jr. trouxe, enfim, alguma alegria às bancadas. O seu novilho, oriundo dos campos do Mondego, móvel mas algo distraído, exigiu trabalho. Destacou-se a terceira bandarilha da série, momento mais vibrante da sua atuação. Frisar que também houve excessiva presença de peões de brega, o que acaba por diminuir o mérito do toureiro. Frente ao quinto, Rouxinol teve uma lide inspirada, em crescendo, desenhando bonitos momento de brega com o Jamaica, tentando sempre citar em curto e privilegiar o toiro. Com o Girassol, rubricou a melhor curta da noite, numa cravagem frontal e cingida, finalizando com um palmito e um par de bandarilhas de excelente execução que levantaram, pela primeira vez e de forma sincera, o público dos seus lugares. Foi esta a melhor lide da noite.

O cavaleiro praticante Manuel Oliveira enfrentou um cinqueño de Isidro dos Reis, manso e de difícil lide. A cravagem e o momento da reunião merecem ainda ser aprimorados, pois ficariam facilmente aquém perante uma crítica mais exigente. No segundo do seu lote, um novilho de Paulo Caetano, apresentou uma lide intermitente, marcada por um toque ruidoso na montada e algumas passagens em falso, denotando fragilidades na abordagem, muitas vezes lateralizada e na colocação da ferragem no toiro.

Quanto às pegas, a noite viu momentos de competência e entrega. Pelos amadores do Ribatejo, Luís Frieza consumou com segurança à primeira tentativa, e Fábio Delgado também rubricou uma pega limpa ao primeiro intento.

Os Amadores da Moita iniciaram com uma rija pega de Luís Chatinho, em que a primeira ajuda foi de grande mérito, embora se tenha notado um excesso de intervenientes a auxiliar a concretização, que saíram assim que perceberam que estava consumada a pega, o que retira algum brilho à tentativa. Não me parece que houvesse necessidade. João Pombinho protagonizou um dos momentos mais duros da noite: após um primeiro intento em que não conseguiu reunir como esperado, o primeiro ajuda sofreu uma feia voltareta, sendo retirado de maca e evacuado para o hospital. No segundo intento, o grupo garantiu a pega com eficácia.

George Malagão, da Tertúlia Tauromáquica do Montijo, corrigiu uma primeira tentativa, onde não ficara na cara da rês, estando competente na segunda. A última pega da noite coube a Wilson Gomes, que falhou na primeira tentativa, não chegando inclusive ao primeiro ajuda, mas consumou ao segundo intento, numa execução sólida, após o toiro ter fugido à formação.

A direção esteve a cargo de Tiago Tavares, que cumpriu com acerto e a benevolência apropriada a este tipo de espetáculo, assessorado pelo Dr. Carlos Santana.

Fonte: Touro e Ouro

Horários das largadas de toiros mantêm-se nas Festas Populares de Pinhal Novo

Associação garante que programa das festas decorre sem alterações e dentro da legalidade prevista no programa.

Associação Amigos da Festa Brava confirmou este sábado, 7 de junho, que os horários das largadas de toiros nas Festas Populares de Pinhal Novo mantêm-se inalterados, segundo o programa já divulgado e licenciado pelas autoridades competentes. Avança em comunicado divulgado nas redes sociais que a decisão resulta dos contactos estabelecidos com as entidades responsáveis pelo licenciamento do evento.

Segundo o mesmo comunicado divulgado, serão cumpridos integralmente os horários permitidos para produção de ruído, conforme estabelecido na Licença Especial de Ruído emitida pela Câmara Municipal de Palmela para a zona de divertimentos e largadas. Desta forma, a realização dos eventos tauromáquicos não sofrerá qualquer alteração, tranquilizando os aficionados e os comerciantes envolvidos nas celebrações.

A direção da associação aproveitou ainda para agradecer publicamente a colaboração das entidades que intervieram no processo, salientando o esforço conjunto para garantir a continuidade e o respeito pelo programa das festividades, bem como pelos compromissos previamente assumidos com a população e os promotores locais.

A confirmação do cumprimento legal do programa surge após algumas dúvidas levantadas nos últimos dias relativamente ao ruído e aos horários das largadas, especialmente numa altura em que os eventos populares estão sob maior escrutínio. A organização reforça assim o seu compromisso com a tradição, mas também com o cumprimento da lei e o respeito pelos moradores.

As Festas Populares de Pinhal Novo, um dos eventos culturais mais aguardados do concelho de Palmela, movimentam milhares de visitantes e são uma referência nas celebrações tradicionais da região. Com a garantia de que o programa decorre conforme planeado, a expectativa mantém-se elevada para mais uma edição com forte adesão popular e impacto económico local.

Comunicado da Associação:

Fonte: Diário do Distrito