Ao contrário do que é hábito, a sirene dos Bombeiros não ecoou em Pinhal Novo às zero horas de 1 de Janeiro. A hora era de tristeza para a corporação, que se despediu hoje do bombeiro auxiliar Adalberto Pinto, falecido em 31 de dezembro, após doença prolongada, dois dias depois de ter completado 62 anos. Em sua homenagem, soaram, na vila, 5 toques prolongados da sirene, na primeira tarde de 2006.
Adalberto Carlos Rodrigues Pinto, nascido em 29 de dezembro de 1943, natural de Lisboa, ingressara no Quadro Auxiliar dos Bombeiros Voluntários de Pinhal Novo em 29 de julho de 2002, por influência do seu filho, bombeiro da corporação. No ano seguinte, frequentou, no CB, o curso de Tripulante de Ambulância de Transporte (TAT), ministrado pela Escola Nacional de Bombeiros.
Foi como motorista, a sua profissão, que desenvolveu a sua atividade de voluntário. Nos últimos anos, foi o elemento mais requisitado para, nas épocas dos fogos florestais, fazer deslocar a viatura VGEO para qualquer ponto do país, para coordenação estratégica das operações de combate aos incêndios.
Na corporação, era um elemento querido e respeitado. Foram muitos os elementos do Corpo de Bombeiros que hoje se revezaram na Guarda de Honra que lhe foi prestada, na igreja de Pinhal Novo. As viaturas da corporação integraram, depois, o cortejo fúnebre, com passagem pelo quartel, onde foi prestada continência à bandeira da Associação, colocada a meia haste.
O Sr. Adalberto foi a sepultar no cemitério do Terrim, em Pinhal Novo, sob pingos de chuva e raios de sol, ao som de cinco toques prolongados da sirene dos Bombeiros.
A Associação apresenta, por mais esta via, sentidas condolências à família e, em particular, ao bombeiro Paulo Pinto.
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UM DIA
Um dia, mortos, gastos, voltaremos
A viver livres como os animais
E mesmo tão cansados floriremos
Irmãos vivos do mar e dos pinhais.
O vento levará os mil cansaços
Dos gestos agitados, irreais,
E há-de voltar aos nossos membros lassos
A leve rapidez dos animais.
Só então poderemos caminhar
Através do mistério que se embala
No verde dos pinhais, na voz do mar,
E em nós germinará a sua fala.
Sophia de Mello Breyner Andresen, Dia do Mar
Fonte: HR. Foto do Arquivo dos BVPN