Cabeleira cor-de-laranja procura-se!

Os Bombeiros de Pinhal Novo, em particular a sua fanfarra, até tiveram direito a carro alegórico, no corso de Carnaval deste ano. Mas perdeu-se uma cabeleira cor-de-laranja. Alguém a viu?

No corso da Terça-feira de Carnaval, em Pinhal Novo, dois dos carros alegóricos tinham, diretamente, a ver com os bombeiros.

Senão vejamos: um (na foto) reproduzia a fanfarra da Associação, cujos elementos, como habitualmente, alinharam no desfile; outro (ver foto) era alusivo à «Festa Brava», e representava os bravos forcados da vila que ainda se hão de estrear (boa parte deles são elementos da corporação e aproveitaram a oportunidade de passar pelos milhares de espectadores, para pedir apoios para a fundação do Grupo de Forcados Amadores de Pinhal Novo).

Ainda havia mais bombeiros integrados no desfile – Ver Foto. Mas há um que escapou à objetiva dos fotógrafos (pelo menos dos que, até agora, colaboraram com este sítio). Daí a publicação do seguinte aviso público.

ANÚNCIO

Procura-se
Cabeleira cor-de-laranja (ou seria amarela?)

Pede-se a quem tenha registado – em vídeo, telemóvel ou fotografia – uma figura alta mascarada, exibindo ao peito um cartão de identificação da organização (a cargo dos “Amigos de Baco”), com o nome “Leonel Barradas”, o favor de nos ceder uma imagem.

A figura ostentava uma tira de pano levemente parecida com uma mini-saia, uma mochilazinha às costas e uma bonita cabeleira que, se não era cor-de-laranja, seria amarela.

Em função do perfil do colaborador que nos enviar a imagem (preferencialmente por e-mail), decidir-se-á o tipo de recompensa a atribuir.

Mais fotos de bombeiros integrados no corso carnavalesco 2006 serão muito bem vindas a este sítio.

Apoie e divulgue esta campanha. Obrigada!

Fonte: HR; Foto de Joaquim Castro

Foi Carnaval, alguém levou a mal?

O Carnaval 2005 em Pinhal Novo lá se passou e os bombeiros estiveram em todo o lado: mascarados no corso ou nos famosos bailes de Rio Frio; no socorro à vítima da queda de um carro alegórico e a apagar o fogo que incinerou o Entrudo. Há quem não suporte o Carnaval, mas os bombeiros parecem estar do lado dos que gostam.

Mais uma vez, coube a alguns elementos da fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Pinhal Novo a honra de abrir o corso carnavalesco promovido pela associação “Amigos de Baco”, na tarde de terça-feira, em Pinhal Novo. Vestidos (e pintados) de diabos vermelhos, mais uns elementos da corporação integravam o primeiro carro oficial do corso, este ano subordinado ao tema “O Mundo da Fantasia”. Até a “Cinderela”, que desfilava no seu “castelo” num carro mais atrás, era uma bombeira.

O desfile atraiu milhares de pessoas ao Pinhal Novo, que encheram a Alameda Alexandre Herculano e as ruas em redor do jardim José Maria dos Santos e da Praça da Independência. Pelo segundo ano consecutivo, a queda de um figurante de um dos carros obrigou à intervenção da equipa dos Bombeiros que, com uma ambulância medicalizada, prestava apoio ao evento, e a uma paragem de vários minutos no desfile dos carros alegóricos para que fosse prestada a assistência à vítima.

Na quarta-feira, e apesar da noite fria, cumpriu-se a tradição do “Enterro do Bacalhau”. O Entrudo foi queimado ao ar livre (os Bombeiros estiveram de prevenção no local) depois dos foliões animarem as hostes com a leitura das disposições testamentárias do defunto. Ao contrário do que tem sido hábito, os Bombeiros Voluntários de Pinhal Novo foram contemplados no testamento à conta de passarem algum tempo no café da Associação e de, supostamente, se ocuparem demasiado com a operação de… engraxar botas (?). Ninguém parece ter levado a mal.

Azar teve a autora deste texto, que não conseguiu convencer um membro da corporação a vestir-se com um belo traje feminino de nativa, que lhe trouxeram de África, por troca com um fato de bombeiro, um par de botas e um NOMEX. A esperança ainda não está perdida e, quem sabe, para o ano, talvez…

Tão-pouco está perdida a expectativa de editar, neste sítio, uma foto de Léo. É a versão feminina do bombeiro Leonel (o nome foi agora inventado), que muito surpreendeu o Sr. Comandante numa das noites de Carnaval e que deve ter feito o maior furor no famosíssimo baile de Rio Frio, para onde ruma a maior parte dos foliões desta terra e de muitas outras onde já chegou a fama daqueles bailes carnavalescos genuinamente “caramelos”.

Fonte: Helena Rodrigues

O defunto, a viúva, a filha e o cão delas

Como não há duas sem três, depois da fanfarra a abrir o corso e de uma bombeira como rainha do Carnaval, foi um elemento da corporação pinhalnovense quem aqueceu a noite do “Enterro do Bacalhau”.

A noite de “quarta-feira de cinzas” estava fria, em Pinhal Novo. À volta do coreto do Largo José Maria dos Santos, uma pequena multidão já desesperava pelo início do “Enterro do Bacalhau”, a tradicional cerimónia promovida pelo Grupo Carnavalesco “Amigos de Baco” para “enterrar” as festividades do Carnaval.

Primeiro, o choro. Ainda mal se avistava o cortejo fúnebre, que percorreu algumas ruas da vila à luz de tochas, e já soavam os gritos da “viúva”. Coberta de negro, foi mais uma vez interpretada pelo mais popular ex-GNR de Pinhal Novo, cuja imagem de marca é um farto bigode grisalho. Nos braços trazia o retrato emoldurado do seu saudoso cachorro (uma paródia ao caso do cão sepultado em frente à igreja de Pinhal Novo).

Ao seu lado, a ajudar à choradeira, no papel da pobre órfã, um bombeiro pinhalnovense, quem haveria de dizer? Cabeleira aos caracóis com madeixas, saias largas fáceis de erguer para revelar quase tudo por baixo, e foi vê-lo brilhar em cima de um espaço tão nobre como o coreto da vila. “Tó-Zé” arrancou boas gargalhadas da assistência, aqueceu a noite e, nitidamente, divertiu-se a valer. Para quem lida, quase sempre, com a vida das pessoas – ele é um dos técnicos de emergência médica do corpo de bombeiros de Pinhal Novo – devem ter sabido bem aqueles minutos de desbunda. E terá valido a pena a rouquidão do dia seguinte.

O testamento propriamente dito, com que o Entrudo costuma presentear alguns ilustres da terra antes de ser incinerado em público, ficou para segundo plano. Entre os contemplados estava o presidente da Junta de Freguesia de Pinhal Novo que, como é seu hábito, primou pela presença entre a assistência para ouvir in loco uma alusão aos seus “longos discursos”.

Foi o Carnaval. Ninguém deve ter levado a mal.

Fonte: Helena Rodrigues (texto e fotos)